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Mensagem: Nova Russas e a Casa Verde da Vila de Itaguaí
A cor preferida do Governo Marcos Alberto era o Azul. Tanto que são denominados politicamente de Azulões. O verde é a cor preferida do novo governo de Paulo Evangelista. Os mesmos ainda não têm denominações. Entre uma cor e outra a população vai sofrendo na pele os desmandos de uma geração de políticos que só causou sofrimento para a população.
Simão Bacamarte era um médico que se especializou em cuidar de problemas ligados a mente, uma espécie de psiquiatra nos dias de hoje. Simão Bacamarte é o protagonista do clássico O ALIENISTA de Machado de Assis.
Simão cria a Casa Verde, um manicômio, para estudar os limites entre a razão e a loucura. No primeiro momento, os internamentos são de casos notórios e perfeitamente aceitos. Com o passar do tempo esse número cresce assustadoramente.
Com mais da metade da população internada como loucos, Simão Bacamarte decide não receber mais ninguém na Casa Verde.
Com o tempo, as conclusões do alienista sobre a loucura alteram-se drasticamente. Louco não é mais o desequilibrado. Mas, sim aquele que exibe um perfeito equilíbrio das funções mentais. Por causa disso, Simão Bacamarte liberta os antigos loucos e passa a prender os novos, como o padre Lopes, a esposa do boticário Crispim e o barbeiro Porfírio. Este último foi para Casa Verde primeiramente pela inconsistência de sua rebelião; depois, por ter percebido essa mesma inconsistência, e se recusado a liderar outra rebelião...
Com alguns meses de tratamento, todos foram soltos após revelarem algum desequilíbrio, provando que estavam curados, mas o nosso alienista não fica contente: ainda não chegara a uma conclusão em suas pesquisas. Começa a desconfiar que ela não havia curado ninguém, que os pacientes só haviam revelado um desequilíbrio que já possuíam anteriormente. Com isso, desloca seu estudo para si mesmo. Certifica-se de que é a única pessoa realmente equilibrada de toda a vila e se tranca na Casa Verde, declarando-se ao mesmo tempo médico e paciente.
O enredo deste conto, além de discutir ironicamente as fronteiras entre a razão e a loucura, também coloca a questão do poder. Todos os que o exercem o Poder em Itaguaí, incluindo-se dentre eles o revoltoso barbeiro Porfírio, fizeram uma composição com Simão Bacamarte, o que sugere que tanto a razão quanto a loucura são usadas pelo poder, dependendo de seu interesse.
Hoje vi nos blogs de Nova Russas as fotos de pessoas pagas para segurarem faixas em frete ao Tribunal de Justiça. Não tenho absolutamente nada contra elas e, considero louvável, movimentos populares que saiam do seio da sociedade. Mas, todo movimento legítimo é constante e crescente, conforme vimos a poucos dias nos países asiáticos, partiu realmente da sociedade, não foi nada armado. Em Nova Russas o único levante ocorrido na cidade é das pessoas de sempre: Padre Mauricio, Areton, Carlos Eduardo, Acácio, Adalberto Filho, Francisco Tavares, Jamil, Denilson e Paulo Evangelista. Suas ideologias devem ser concebidas como verdadeiras, como a teoria do direito divino, criada para legitimar o poder das Monarquias hereditárias.
Deixemos que a justiça analise os fatos, julgue e condene todo e qualquer caso de corrupção em Nova Russas, tudo conforme preceitua a carta Magna desse país. Ninguém deverá ser culpado, antes da sentença, transitada e julgada.
Nova Russas, assim com a Vila de Itaguaí se transformou num barril de pólvora e os personagens desta e daquela parecem não fugir da crítica mordaz de Machado de Assis. 'O mal não parece estar no 'racional' ou no 'normal' mas no humano...'
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